esse me pegou de surpresa. não me deixei desanimar pela capa ilustrada e o título mela cueca em uma das minhas andanças no kindle unlimited e ganhei em troca uma enemies-to-lovers de apenas 100 páginas com ainda menos defeitos e zero enrolação. os vinte anos que os protagonistas passaram sem se ver desde o "fatídico dia" é um período de tempo longo demais para o medo, a raiva e o desespero durante o reecontro serem totalmente plausíveis, e tanto o apelido quanto a primeira parte do casamento da irmã são de torcer o nariz. porém, de resto, nada carece de impacto. na verdade, o fato de os personagens não terem perdido tempo me fez questionar o que sobraria de tensão pra ser resolvida mais à frente, mas não havia necessidade, porque sobrou o suficiente. surpreendente também foi a revelação de quem deu o primeiro beijo: li com sono, voltando de uma viagem, mas não lembro da informação ter sido dada antes daquele momento. [spoiler?] me lembrou o primeiro beijo de Jude e Cardan, mas o mérito de integrar flashbacks à progressão da narrativa é da Mariana Chazanas (e o de me fazer duvidar de um final feliz também).
the full-cast audiobook of The Graveyard Book is immaculate, especially the main narrator's ability of sounding like a grandpa telling lost fairy tales by the fireplace. the story itself, however, doesn't live up to it. I could say fans of Coraline will love it, but it didn't leave the same mark on me that that one left, despite making it to my "favorite beginnings" shelf. the first half has its sparkling moments —with that creepiness Gaiman is known for and valuable life lessons aimed, I believe, at older kids. still, the chapters work more as independent tales than pieces of a whole, and from the fifth onwards I was so bored the underwhelming resolution of the murder mystery seemed only fitting.
preguiça de explicar essas 3 estrelas no momento, mas deixo aqui minha enfática recomendação para quem tem pouco protagonismo de mulheres nordestinas na estante. e tb meu pedido para que a autora (que inclusive é army) escreva mais realismo mágico, o qual cede bastante espaço na antologia para um formato (de relato meio fulminante meio tragicômico meio sentimental) que fica batido muito rápido: às vezes funciona, em outras arranca um "mas de novo?". além disso, alguns contos não têm razão de ser, e não por desvio temático, mas por falta de impacto; sem contar os casos de cenas bem construídas que não refletem o todo. porém, talvez seja uma questão mais pessoal, pois, tomando como base as resenhas do site, a maioria das pessoas parece amar o livro do começo ao fim. é que prefiro escritas que tentam me derrubar com um único tiro àquelas que tentam apelar pro meu emocional. (e no final acabei explicando as 3 estrelas.)
contos favoritos: • cinco mil litros • boca do povo • despedida de juazeiro do norte • gesso • nheim nheim • santa com base marcada • os fatos dos gatos • não tem onça na serra • olhos de cacimba
"Hoje sei coisas melhores do que sabia. E saber melhor me atormenta."
Nine Rules was hitting all the right spots for me, who doesn't usually read historical romances and still finds ugly duckling stories compelling. in fact, I was ready to claim it as a way superior version of Bridgerton 2 (the book, not the show). under that illusion I kept reading until the author, at the most crucial moment of the story, chose the worst path possible and made the characters and the plot unbearable (that is, unforgivably stupid), to the point I wondered if I hadn't been in some sort of trance. there are some warnings, I must admit, like the fact the hero's "trauma" isn't convincing at all and the heroine is too ingenuous to come close to Kate's character (from the show, not the book). that said, this is still better than The Viscount Who Loved Me.
honestly, I only finished this book because the chances I'll find another sport romance about a (sleep) runner and her coach former climber are pretty much inexistent. everything else screams generic tho. even the coach/athlete relationship stays far away from remarkable since we barely get to see him actually coaching her (or anyone else on the team) beyond the endless scolding (bc she's unbelievably attractive, with all the curves of a skeleton, and he can't let her know how much it affects him. you know, the usual). the heavy dose of mystery is exciting in the beginning, but soon proves to be just a way of masking the mc's natural perfection. I guess you can't accuse an author of not creating or exploring real flaws in their characters if said characters have nightmares about some big repressed traumas that make them unconsciously run for the whole night before every competition.
what disappointed me the most, however, was that this book could've been an age gap sport romance without the far-fetched childhood, like Birthday Girl on the run or something. in fact, when she first met the runners' coaches I could swear her love interest would be the one she already looked up to. now that's a slow burn I would pay to read.
cá estou eu de novo dando 3 estrelinhas pra um livro da Keira Andrews, mas saibam que todos eles se encontram na minha estante de melhores do ano (e la no storygraph, que felizmente oferece a meia estrela, aumentei a nota de todos), pq a mulher acerta em muitas coisas.
primeiramente, gosto como ela sempre sabe de onde os seus personagens vieram e pra onde eles estão indo. provavelmente não marcarão a sua vida, e talvez vc esqueça os nomes deles depois de uma ou duas semanas, mas durante a leitura suas motivações e preocupações sempre parecem bem válidas. isso se destaca ainda mais depois já ter lido 3 romances da autora, porque muitos por aí acabam dando ctrl c ctrl v nos seus próprios personagens de uma história pra outra. talvez a Keira Andrews já tenha feito isso, mas acho que acertei bastante com a lista que fiz conferindo rapidamente sua backlist, fugindo de todas as possíveis bombas (inclusive, durante essa seleção descobri que já tinha começado e abandonado um livro dela).
outro ponto positivo sobre essas histórias é que em todas elas a autora se compromete com as situações em que coloca os protagonistas. ao integrá-la naturalmente às narrativas, ela me pareceu realmente se importar com representatividade para além do preenchimento de uma cota. isso pode ser o básico a se esperar de ficção, mas pelo menos pra mim costuma ser bem difícil de encontrar, principalmente em contemporary romance. muitos livros tradicionalmente publicados têm uma escrita que lembra mais autoajuda que ficção propriamente dita. felizmente temos essa lenda la no kindle unlimited publicando romances pra passar o tempo que não subestimam a sua inteligência.
Honeymoon especificamente oferece rep de perda parcial/severa de audição (com o Ethan) e de gay awakening (com o Clay), ambas já em idade adulta, e a segunda após casamento, 2 filhos e um divórcio. então toca tanto em heterossexualidade compulsória (e demissexualidade não confirmada on page), quanto na natureza da exclusão a qual a perda de audição pode sujeitar uma pessoa, que deixa de fazer parte do mundo dos ouvintes, mas também não se encaixa automaticamente na comunidade surda. este era um assunto que eu já tinha interesse antes da leitura, e foi uma ótima surpresa encontrá-lo aqui. o trauma reprimido do Clay também foi tratado com cuidado, e seu diálogo com a ex esposa no final foi particularmente tocante; na verdade, achei a relação deles bem fofa.
porém, nem tudo são flores. se excluirmos o fato de eu ter tido zero interesse na viagem em si, o único problemão desse livro é o grande desperdício de tropes que eu adoro, ao ponto de o age gap da Anyta Sunday (Emerett Has Never Been in Love) conseguir ser melhor que este. não é so isso. Clay demora metade do livro para suspeitar de seu interesse no Ethan, e quando o faz, já parte diretamente para a certeza e aceitação. se há alguma negação, ela não é mostrada ao leitor, porque depois disso seu pov é cortado para o do Ethan, que recebe um gelo até o Clay se tocar e convidá-lo para a sua casa quando uma reserva é cancelada. oportunidade perfeita para passarem um fim de semana inteiro sofrendo de tesão reprimida sob o mesmo teto, certo? quem me dera. os pombinhos mal pisam dentro de casa e já estão se beijando. nada foi realmente mal escrito, mas a smut não é recompensadora como deveria, e isso também foi um problema nos outros dois livros da autora que li. eu gosto de ver os personagens subindo pelas paredes, então, neste caso, faltou angst e mutual pinning. Kiss and Cry teve o suficiente dos dois, mas odiei um dos protagonistas por pelo menos metade da leitura, o que torna este romance de certa forma ainda mais frustante, porque aqui o casal tem a combinação que prefiro.
contudo, não desisti de ler os outros dois títulos na minha listinha. algum dia ainda este ano irei usá-los para procrastinar minhas tarefas e esquecer meus problemas.
que hino. curto, fechadinho e bem Bacurau vibes (ou "sertãopunk", como diz a autora), com uma conclusão reminescente de Mad Max: Fury Road. de quebra ainda entrega rep ace e sáfica. porém, é aquela coisa: alguns pontos ficam superficiais ou sem explicação dada a falta de tempo hábil para a narrativa se alongar (por ex, aquela caixa foi achada rápido demais, considerando a distância e o fuzuê), e também porque a autora sabe que não é proveitoso para o suspense e o formato da sua história entregar todas as infos e explicações. grata, pois abomino ficção didática em ficção. contudo, isso deixa um gostinho de quero mais dificilmente saciável sem uma continuação.