A review by bibilly
Honeymoon for One by Keira Andrews

adventurous emotional informative fast-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? It's complicated
  • Flaws of characters a main focus? No

3.5

cá estou eu de novo dando 3 estrelinhas pra um livro da Keira Andrews, mas saibam que todos eles se encontram na minha estante de melhores do ano (e la no storygraph, que felizmente oferece a meia estrela, aumentei a nota de todos), pq a mulher acerta em muitas coisas. 

primeiramente, gosto como ela sempre sabe de onde os seus personagens vieram e pra onde eles estão indo. provavelmente não marcarão a sua vida, e talvez vc esqueça os nomes deles depois de uma ou duas semanas, mas durante a leitura suas motivações e preocupações sempre parecem bem válidas. isso se destaca ainda mais depois já ter lido 3 romances da autora, porque muitos por aí acabam dando ctrl c ctrl v nos seus próprios personagens de uma história pra outra. talvez a Keira Andrews já tenha feito isso, mas acho que acertei bastante com a lista que fiz conferindo rapidamente sua backlist, fugindo de todas as possíveis bombas (inclusive, durante essa seleção descobri que já tinha começado e abandonado um livro dela). 

outro ponto positivo sobre essas histórias é que em todas elas a autora se compromete com as situações em que coloca os protagonistas. ao integrá-la naturalmente às narrativas, ela me pareceu realmente se importar com representatividade para além do preenchimento de uma cota. isso pode ser o básico a se esperar de ficção, mas pelo menos pra mim costuma ser bem difícil de encontrar, principalmente em contemporary romance. muitos livros tradicionalmente publicados têm uma escrita que lembra mais autoajuda que ficção propriamente dita. felizmente temos essa lenda la no kindle unlimited publicando romances pra passar o tempo que não subestimam a sua inteligência.

Honeymoon especificamente oferece rep de perda parcial/severa de audição (com o Ethan) e de gay awakening (com o Clay), ambas já em idade adulta, e a segunda após casamento, 2 filhos e um divórcio. então toca tanto em heterossexualidade compulsória (e demissexualidade não confirmada on page), quanto na natureza da exclusão a qual a perda de audição pode sujeitar uma pessoa, que deixa de fazer parte do mundo dos ouvintes, mas também não se encaixa automaticamente na comunidade surda. este era um assunto que eu já tinha interesse antes da leitura, e foi uma ótima surpresa encontrá-lo aqui. o trauma reprimido do Clay também foi tratado com cuidado, e seu diálogo com a ex esposa no final foi particularmente tocante; na verdade, achei a relação deles bem fofa. 

porém, nem tudo são flores. se excluirmos o fato de eu ter tido zero interesse na viagem em si, o único problemão desse livro é o grande desperdício de tropes que eu adoro, ao ponto de o age gap da Anyta Sunday (Emerett Has Never Been in Love) conseguir ser melhor que este. não é so isso. Clay demora metade do livro para suspeitar de seu interesse no Ethan, e quando o faz, já parte diretamente para a certeza e aceitação. se há alguma negação, ela não é mostrada ao leitor, porque depois disso seu pov é cortado para o do Ethan, que recebe um gelo até o Clay se tocar e convidá-lo para a sua casa quando uma reserva é cancelada. oportunidade perfeita para passarem um fim de semana inteiro sofrendo de tesão reprimida sob o mesmo teto, certo? quem me dera. os pombinhos mal pisam dentro de casa e já estão se beijando. nada foi realmente mal escrito, mas a smut não é recompensadora como deveria, e isso também foi um problema nos outros dois livros da autora que li. eu gosto de ver os personagens subindo pelas paredes, então, neste caso, faltou angst e mutual pinning. Kiss and Cry teve o suficiente dos dois, mas odiei um dos protagonistas por pelo menos metade da leitura, o que torna este romance de certa forma ainda mais frustante, porque aqui o casal tem a combinação que prefiro. 

contudo, não desisti de ler os outros dois títulos na minha listinha. algum dia ainda este ano irei usá-los para procrastinar minhas tarefas e esquecer meus problemas.