Scan barcode
bibilly's reviews
321 reviews
Revista Noturna - N 01 by Luísa Montenegro, GabiOZ, Tatiana Faraújo, Morgana Feijão
2.75
não tenho sorte com coletâneas, mas esta valeu a pena pelo quarto e último conto escrito por Luísa Montenegro. ranking:
1. Rendeira de Ossos - o que melhor cumpre com a proposta da revista ("para mulheres dispostas a atravessar o escuro"). prosa tão fluída quanto um pesadelo. o desconforto da protagonista se estende ao leitor, ambos em transe no aguardo do desastre iminente. o final corrido foge do tom e poderia ter sido esticado até formar uma noveleta
2. Varejeiras - começa bem, mas perde impacto ao desenrolar os acontecimentos.
3. Desembarque - curto e esquecível.
4. Autotanatologia - surpreendente ruim, visto que já tinha lido e aplaudido outra obra da autora. parece um fruto da pandemia colhido na era do blogspot e wordpress.
1. Rendeira de Ossos - o que melhor cumpre com a proposta da revista ("para mulheres dispostas a atravessar o escuro"). prosa tão fluída quanto um pesadelo. o desconforto da protagonista se estende ao leitor, ambos em transe no aguardo do desastre iminente. o final corrido foge do tom e poderia ter sido esticado até formar uma noveleta
2. Varejeiras - começa bem, mas perde impacto ao desenrolar os acontecimentos.
3. Desembarque - curto e esquecível.
4. Autotanatologia - surpreendente ruim, visto que já tinha lido e aplaudido outra obra da autora. parece um fruto da pandemia colhido na era do blogspot e wordpress.
Solidão Vai Virar Mar by Raul Damasceno
adventurous
hopeful
inspiring
lighthearted
fast-paced
- Plot- or character-driven? N/A
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? No
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? No
2.75
"solidão era o mundo todo. ninguém saía de lá, mas tinha quem chegasse."
lembra um pouco novelas das seis, aquelas mais diferentonas. a escrita de cara chama a atenção, mas tanto o enredo quanto o mundo não convencem, e os personagens parecem mais caricaturas. o tipo de realismo mágico e tom narrativo que funcionam melhor comigo quando situados sob o ponto de vista de uma criança, a exemplo de alguns contos do José Veiga. porém, fico feliz de ter topado com um (bom) escritor nordestino no kindle unlimited.
lembra um pouco novelas das seis, aquelas mais diferentonas. a escrita de cara chama a atenção, mas tanto o enredo quanto o mundo não convencem, e os personagens parecem mais caricaturas. o tipo de realismo mágico e tom narrativo que funcionam melhor comigo quando situados sob o ponto de vista de uma criança, a exemplo de alguns contos do José Veiga. porém, fico feliz de ter topado com um (bom) escritor nordestino no kindle unlimited.
The Lover by Silvia Moreno-Garcia
dark
mysterious
medium-paced
- Plot- or character-driven? Character
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? No
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? No
2.75
"go, chase the moon, tell it your lies."
reads like a fairy tale retelling. mid, but it pays off at the end.
reads like a fairy tale retelling. mid, but it pays off at the end.
Raízes do amanhã: 8 contos afrofuturistas by Sérgio Motta, Pétala Souza, G.G. Diniz, Isa Souza, Petê Rissatti, Lavínia Rocha, Stefano Volp, Waldson Souza, Kelly Nascimento
1.5
a nota é para o livro como um todo. não consegui levar a sério a maioria dos contos, devido tanto às escritas, caracterizações e diálogos quanto aos enredos/premissas, então pulei três dos oito (excluindo o festival de promessas da introdução). se tivesse que recomendar pelo menos um seria "Tudo o Que Transporta o Ar" de Pétala e Isa Souza: também meio chatinho, mas o que melhor disfarça sua chatice. as irmãs não ignoram as implicações de uma ideia ao mesmo tempo tão batida e complexa como a do multiverso, e sabem a importância de uma boa abertura e uma boa finalização — porque dá para amenizar a morosidade ali do meio, até relevar falta de motivação e explicação, se a história começa e termina com estilo. destaque também para "Recomeço", que me lembrou o final da série The Leftovers; e "Sexta Dimensão", que foi o primeiro que não odiei e o qual reacendeu minha esperança de encontrar um fav br neste começo de ano como ocorreu em 2023. aí o último conto a apagou novamente.
Aos trilhos que me atravessam by João Mendes
reflective
sad
slow-paced
- Plot- or character-driven? N/A
- Strong character development? N/A
- Loveable characters? No
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? No
2.0
este conto é um daqueles títulos que começam bem, num cume luminoso e verdejante, passarinhos cantando, umas 4 estrelas à vista, até que tropeçam e saem rolando morro abaixo. na minha estante de best-beginnings-and-first-lines tem uns dez assim. como havia lido o outro conto do autor, Corpo de Barro, sabia do seu potencial, mas aqui ele se recusa a colher os frutos de uma abertura primorosa.
primeiro, o desperdício de tema e alegoria, quando, do vagão que sugere traumas de infância relacionados com um parágrafo na parte 1 sobre os pais do protagonista, partimos direto para a juventude e vida adulta e caímos em dois diálogos ridículos com a morte, ou melhor, dois monólogos que são claramente uma desculpa para o autor citar Nietzsche. que isso? um filme? e eu esperando um mergulho no inconsciente do personagem. daí em diante a história vira uma sequência de lugares comuns que teriam tido mais chances de sucesso com o meu eu de 13 anos.
a certa altura passei a ter war flashbacks da leitura de This Is How You Lose the Time War. em alguns parágrafos as frases pareciam coladas aleatoriamente; em outros a narração driblava a palavra mais óbvia só pra escolher a segunda da lista. além disso, erros de revisão e descuidos da edição foram se amontoando. dada a semelhança com a escrita do livro supracitado, eu ainda relia a passagem pra ter certeza de que não estava ficando louca. sem contar as crutch words: e "nada" pra cá, e "rastro" pra lá. 30 páginas que não acabavam nunca.
ainda assim, acredito que o conto daria uma boa hq. ou talvez eu tenha visto possibilidades demais naquele primeiro vagão.
primeiro, o desperdício de tema e alegoria, quando, do vagão que sugere traumas de infância relacionados com um parágrafo na parte 1 sobre os pais do protagonista, partimos direto para a juventude e vida adulta e caímos em dois diálogos ridículos com a morte, ou melhor, dois monólogos que são claramente uma desculpa para o autor citar Nietzsche. que isso? um filme? e eu esperando um mergulho no inconsciente do personagem. daí em diante a história vira uma sequência de lugares comuns que teriam tido mais chances de sucesso com o meu eu de 13 anos.
a certa altura passei a ter war flashbacks da leitura de This Is How You Lose the Time War. em alguns parágrafos as frases pareciam coladas aleatoriamente; em outros a narração driblava a palavra mais óbvia só pra escolher a segunda da lista. além disso, erros de revisão e descuidos da edição foram se amontoando. dada a semelhança com a escrita do livro supracitado, eu ainda relia a passagem pra ter certeza de que não estava ficando louca. sem contar as crutch words: e "nada" pra cá, e "rastro" pra lá. 30 páginas que não acabavam nunca.
ainda assim, acredito que o conto daria uma boa hq. ou talvez eu tenha visto possibilidades demais naquele primeiro vagão.
Corpo de barro by João Mendes
3.75
várias interrogações, mas impressionante trabalho com as palavras. uma voz de quem tem dez títulos publicados e mil livros lidos.
Cidades afundam em dias normais by Aline Valek
fast-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? Yes
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.25
o formato casa muito bem com o tema, e o leitor se sente folheando um álbum de fotografias ou assistindo a um documentário sobre os (ex) habitantes de uma cidadezinha que acabou de desafogar. memórias guiadas, e no meio disso um diário. aqui o estilo se trai ao não variar de um narrador para outro, a terceira pessoa vazando na primeira através da qual fala uma adolescente segura demais da própria voz — sua precisão aponta para fora, não para dentro. além disso, alguns problemas do romance de estreia da autora a perseguem neste. a caracterização asséptica é enfatizada pela fugacidade dos capítulos, visto que não passamos muito tempo com os personagens, os quais formam mais uma colcha de retalhos que uma corrente de eventos. o leitor é colocado de frente para as fotografias, não dentro delas, de forma que não há ninguém para amar ou odiar profundamente. se por um lado o enredo dessa vez se faz mais nítido, por outro caminha rumo à decepção, pois nenhuma relação é tão intensa, nenhuma morte tão trágica quanto o esperado. e o que foi aquele chuvaréu enchendo o lago por anos a fio até finalmente encobrir a cidade? cidade esta grande o bastante para a violência correr solta, mas não o suficiente para sobreviver a tal dilúvio. eu, como leiga, fiquei esperando explicações. dito isso, adoraria ler algo mais distópico assinado pela Aline. para quem gosta de metalinguagem e de apreciar esqueletos.
Dente de Leite by Patrick Martins, Igor Frederico
dark
mysterious
reflective
sad
fast-paced
- Plot- or character-driven? A mix
- Strong character development? It's complicated
- Loveable characters? It's complicated
- Diverse cast of characters? No
- Flaws of characters a main focus? Yes
3.75
meio surpreendente esta hq ter sido escrita por dois homens — ainda que faça falta o nome de uma mulher dentre os textos de apoio dado o tema e o desenvolvimento obscuro que ele recebe aqui. eu teria que reler para começar a ter alguma certeza sobre o que li. dito isso, como é bom se surpreender com uma obra brasileira contemporânea. até segui os autores no kindle unlimited, mas não encontrei mais nada publicado por eles.