Há milhares e milhares de anos, foi decidido que seria um menino de sangue real, montado num cavalo branco de crinas douradas e acompanhado por um único amigo, a derrotar o terrível cavaleiro Kato.
É precisamente esse menino que nos conta do encontro com o seu destino, desde a casa dos pais adotivos e o frio das ruas de Estocolmo aos campos verdes da Terra Lálonge, o reino de seu pai, e por fim ao castelo no penhasco da Terra Láfora. Mas que destino será esse?
A escrita magistral e fluida de Astrid Lindgren, com repetições e anáforas num crescendo até ao estalar do conflito, e as belíssimas ilustrações de Johan Egerkrans fazem com que este livro se devore, como o pão que mata a fome e a água que saceia a sede, saboreando todas as palavras, de uma vez só.

“Mio, meu Mio,” disse ele, “podes ir aonde quiseres no meu reino. Podes brincar na ilha dos Campos Verdes ou galopar até à Terra na outra margem e chegar às montanhas se assim o quiseres. Podes ir para Oeste e para Leste e Norte e Sul, apenas consiga levar-te Miramis. Mas há algo que tens que saber. Há uma coisa chamada a Terra Láfora.”
“Quem mora lá”, perguntei.
“O cavaleiro Kato”, disse meu pai, o rei, e o seu rosto como que escureceu. “O terrível cavaleiro Kato.”
[tradução minha]