A review by ggcd1981
Jane Eyre by Charlotte Brontë

dark emotional inspiring mysterious reflective slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? No

4.75

Escrever uma review de clássicos é sempre difícil para mim pois não tenho nenhum insight inovador sobre a obra, assim me limito a escrever sobre minha experiência de leitura de Jane Eyre. O livro é guiado pela personagem Jane Eyre que narra a sua vida ao leitor. A personagem conta os eventos que a formaram e a tornaram, do meu ponto de vista, uma mulher forte, resiliente e independente que viveu sua vida de acordo com suas próprias escolhas e código moral. Jane, que é descrita como de aparência comum, é inteligente, honesta e simples, forçada a lidar com a opressão, a desigualdade e as dificuldades impostas as mulheres no século XIX. Embora ela se depare com uma série de indivíduos que ameaçam sua autonomia, Jane sempre consegue se afirmar e manter seus princípios de justiça, dignidade e moralidade. Ela dá valor a realização intelectual e emocional, assim como acredita na igualdade de gênero e social desafiando os preconceitos vitorianos contra as mulheres e os pobres. Por sua narrativa conhecemos diversos personagens que marcaram sua história:
A Sra. Reed, a tia cruel de Jane, que a cria em Gateshead Hall até Jane ser mandada para a Escola Lowood aos dez anos. Mais tarde em sua vida, Jane tenta a reconciliação com sua tia, mas a idosa continua a se ressentir dela porque seu marido sempre amou Jane mais do que seus próprios filhos; Helen Burns se torna a primeira amiga íntima de Jane em Lowood. Ela suporta sua vida difícil na escola com uma dignidade passiva que Jane não conseguia entender. Helen morre de tuberculose nos braços da protagonista; Adèle Varens é a primeira e única pupila de Jane como tutora em Thornfield. Ela é uma criança francesa esperta, embora um tanto mimada. O Sr. Rochester a trouxe para Thornfield depois que sua mãe, Celine, a abandonou. Embora Celine tenha sido amante de Rochester, ele não acredita ser o pai de Adèle. Ao fim da narrativa descobrimos que a garota após crescer se torna uma boa companheira para a protagonista; Edward Rochester, empregador de Jane e mestre de Thornfield, é um homem rico e apaixonado com um segredo que fornece muito do suspense do romance. Sr. Rochester é não convencional, pronto para deixar de lado as boas maneiras, a propriedade e a consideração da classe social para interagir com Jane de forma franca e direta. Ele é imprudente e impetuoso e passou grande parte de sua vida adulta vagando pela Europa na tentativa de evitar as consequências de seus erros da juventude. Seus problemas são em parte o resultado de sua própria imprudência, mas ele é uma figura que desperta empatia porque sofreu por muito tempo como resultado de seu casamento precoce e impensado com Bertha. Sr. Rochester, apesar de casado, parece nutrir profundo e sincero amor por Jane; Bertha Mason, a esposa oculta de Rochester, é uma personagem POC, bela e rica que infelizmente se tornou insana, violenta e bestial. Ela vive trancada em uma sala secreta no terceiro andar de Thornfield e é guardada por Grace Poole, cujos ocasionais acessos de embriaguez às vezes permitem que a enferma Sra. Rochester escape. Bertha eventualmente queima Thornfield, se atirando do telhado para a morte nas chamas; St. John Rivers, junto com suas irmãs, Mary e Diana, St. John (pronuncia-se “Sinjin”) serve como benfeitor de Jane depois que ela foge de Thornfield, dando-lhe comida e abrigo quando ela está doente e desamparada. O personagem é ministro da paroquia de Morton e é caracterizado como frio, reservado e muitas vezes controlador em suas interações com os outros. Porque ele é totalmente alienado de seus sentimentos e dedicado exclusivamente a uma ambição austera de natureza religiosa, St. John serve como um contraste para Edward Rochester. A proposta de casamento de St. John a Jane é o último obstáculo que a protagonista enfrenta para retornar a seu amado e por fim viúvo Sr. Rochester na conclusão do livro. 
 Esta obra é um clássico gótico, isso está claro na atmosfera da narrativa. Gosto bastante de histórias góticas e Jane Eyre não me decepcionou. A escrita de Charlotte Brontë é excelente e no Audiobook que escutei a atriz Thandie Newton conferiu uma ótima interpretação do texto da autora. O enredo em alguns momentos me deu a impressão de dispersar, mas isso é compreensível pois o foco da obra é aprofundar a personagem Jane Eyre à medida que a mesma se depara com uma diversidade de obstáculos pessoais. Em alguns momentos houveram soluções convenientes para os problemas de Jane, mas isto não me impediu de gostar da história. O livro tem um clima de mistério, especialmente no que diz respeito a esposa escondida, mas infelizmente já tinha recebido o spoiler. Imagino que teria sido ainda mais intrigante ler sem saber antes da existência de Bertha. A narrativa é lógica, porém, como havia mencionado, em alguns momentos soluções por demais convenientes desafiaram um pouco essa lógica. Gostei de Jane Eyre, tanto da obra quanto da personagem, contudo, uma ressalva que faço, deixando claro que é uma questão de preferência pessoal e não um defeito do livro, é que teria preferido que Jane tivesse recusado a oferta de St. John de forma mais assertiva. Ele havia se mostrado um pouco manipulador e eu gostaria que o “Não” de Jane viesse dela mesma e não tivesse sido uma consequência da descoberta de que Rochester havia se tornado viúvo e debilitado e necessitava da ajuda da protagonista.
Como mulher Jane Eyre foi uma obra que me inspirou e apesar de tão conhecida, eu tive o spoiler sobre a esposa, a maior parte da história que não conhecia me manteve interessada em seu desenvolvimento. A importância da obra é clara e gostei da experiência de leitura. Dou 4.75 estrelas apenas porque faltou a sensação especial que um livro 5 estrelas merece. 


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