Onde quer que a vida me leve, e mesmo que um dia deixe de ouvir os sons, a Malásia estará sempre dentro de mim, nas profundezas do meu ser. Foi lá que fui criança, antes de saber que a vida podia correr muito mal. E é lá que o cheiro a erva-príncipe ficará comigo para sempre, isso e o som da minha mãe a cantar de manhã, com uma estrelícia a contrastar com o seu cabelo castanho-avermelhado.

Tenho sentimentos contraditórios em relação a este livro. De um modo geral, gostei bastante e achei a história interessante. Mas sinto que deixou algo a desejar, podia ter sido mais explorado.

Os pontos positivos prendem-se, para mim, com a descrição aprofundada da Malásia. Senti-me lá, a ouvir os sons da floresta, a absorver os cheiros em meu redor, a apreciar a diversificada fauna e flora. A autora fez um belíssimo trabalho ao descrever este país, de uma forma que nos transporta para lá. Gostei também bastante do facto de termos dois pontos de vista ao longo da história, pois ajudou a situar o enredo e sabíamos o que se estava a passar na Malásia e, também, na Inglaterra. Além disso, gostei imenso da Emma e de acompanhar a sua vida e o seu crescimento num país diferente, lidando com a falta da mãe para a guiar neste mundo desconhecido. Acho também que os sentimentos de Lydia em relação ao desaparecimento das filhas e a sua busca incansável por elas foi bastante realista.

Agora, alguns pontos menos bons em relação à história. Não gostei dos capítulos de Lydia serem em terceira pessoa, preferissem que fossem como os de Emma. Acho que as personagens secundárias foi muito pouco exploradas, servindo apenas para guiar o enredo da história, faltando-lhes carácter e profundidade. As relações amorosas de Lydia foram muito superficiais e não consegui sentir-me feliz por ela, porque senti que aqueles homens não a amavam realmente. Confesso ainda que esperava que a razão para a fuga do Alec com as filhas fosse algo mais explosivo, fiquei ligeiramente desiludida com a descoberta, aquilo que mais me chocou foi saber que Maz era seu filho. O livro pareceu-me muito longo, foram abordados muitos temas que acabaram por ser pouco explorados, e aquilo que mais esperava, o reencontro entre mãe e filhas, aconteceu mesmo no fim do livro, de uma forma muito rápida.

Apesar de tudo isto, recomendo a leitura do livro, foi muito interessante ficar a saber mais acerca da Malásia e dos problemas que o país enfrentou no passado.