A review by patricia_nascimento
Insaciável by Meg Cabot

2.0

RATING: 1.5 stars

Meg Cabot é uma autora que geralmente aprecio; ou melhor, para ser mais específica gosto dos seus livros dedicados à fantasia paranormal (a série juvenil Mediator), porque os dedicados aos mais novos - Diários da Princesa e afins - não apelam muito, talvez porque já não tenho 14 anos. Ahem, mas adiante... eu gostei bastante da maioria dos livros de Meg Cabot especialmente por serem fáceis de ler e terem histórias interessantes. Assim, fiquei entusiasmada quando vi "Insaciável" nas lojas; finalmente, Meg Cabot estreia-se no mundo dos vampiros! Claro que tinha de ler o livro... tinha gostado tanto da série dela com fantasmas!

Cem páginas mais tarde, estava a praguejar mentalmente porque o livro tinha 510. Esta foi uma das piores leituras deste ano, sem contar com o pavoroso Anjo Caído. O livro chegou a dar-me sono! Sono! Isso é quase impossível para mim.

Depois de terminada a leitura (embora me tenha questionado várias vezes durante), tentei perceber o porquê desta leitura me ter custado tanto e o porquê de ser invariavelmente... bem, má.

Considerando o enredo e personagens, é muito claro que este livro pretende ser uma paródia a um género saturado, onde já se utilizaram centenas de vezes os estereótipos do vampiro sexy torturado e da heroína "especial" (uma clara "patada" a livros como "Crepúsculo" e "Eternidade"), entre outros. Estes estereótipos estão presentes neste livro em toda a sua glória, juntamente com a paixão avassaladora entre os protagonistas (recorde mundial - apaixonam-se num dia; ou espera... não é não, isto está sempre a acontecer neste tipo de livros) e o inevitável triângulo amoroso.

Senão vejam: Meena Harper (é mesmo o nome dela, a sério) é guionista de uma telenovela chamada "Insaciável" e tem um segredo... consegue saber como as pessoas vão morrer. Uma noite, é atacada por morcegos e salva pelo príncipe romeno Lucien Antonescu (yep, é mesmo a nacionalidade e nome do protagonista) que acaba por ser um vampiro e que está a ser perseguido pelo Vaticano. Apaixonam-se loucamente, mas depois Meena é avisada da sua identidade por Alaric, um caçador de vampiros (do Vaticano).

Pois. Clichés que nunca mais acabam.

O que faltou neste livro foi o humor inerente a uma paródia. A autora não parece ter tido a destreza necessária para balançar todos os clichés e o humor subtil e irónico (e mesmo por vezes daquele que faz rir bem alto) que deve, penso eu, existir numa paródia. Sem ele, tudo o que ficou foi... bem, um péssimo romance paranormal. Isto porque era suposto ser um livro a gozar, tudo era exagerado e como faltou humor a narrativa pareceu-me... oca.

Não havia química nenhuma entre as personagens; os seus diálogos exageradamente melodramáticos foram apenas ridículos, não engraçados e não, certamente, românticos (mas penso que isto também se deveu à tradução - em português ainda mais dramático ficou). Algumas personagens secundárias como o irmão de Meena - que se chama, claro, Jon Harper - e a vizinha daquela, Mary Lou tiveram "momentos", mas no geral... faltava qualquer coisa. No fim, a autora não conseguiu atingir convenientemente o objectivo a que se propunha.

No geral, este foi um livro bastante penoso de ler, quer pelas personagens e as suas atitudes ridículas (novamente, sem humor) quer pela história sem magia romântica e acção interessante. Não recomendo este livro, nem aos amantes do Romance Paranormal; no entanto se querem uma boa série juvenil sobre uma rapariga que vê fantasmas (como a Melinda em "Entre Vidas"), recomendo a série Mediator (em português "A Mediadora") da autora. Este livro em particular, não é muito bom, mas Cabot tem outros que são bastante melhores.