Scan barcode
A review by bibilly
Te Vejo Na Final by Ayslan Monteiro
fast-paced
2.25
esse livro prometia ser uma boa mistura brasileira de Kulti e RWRB, o que por si só é surpreendente, considerando que odeio o segundo e abandonei o primeiro. o início sobre a infância do protagonista me pegou, pois amo um pov de criança bem feito, e pensei que finalmente tinha achado algo que presta no kindle unlimited depois de não sei quantas capas enganadoras e títulos devolvidos (incluindo o outro livro do autor). entretanto, a escrita logo começou a cair de cara no telling-not-showing, entre outras mesmices. a pior consequência foi a falta de nuance no romance, que foi de enemies to lovers pra uma espécie de it's always been you trope em menos de três capítulos (francamente, eu teria preferido que o padrão provocador tivesse se descoberto bi e não se revelado gay). uma pena, pois gostaria de ter conseguido ignorar os furos no enredo pelo casal. boa parte deles se baseia nas contradições dos próprios personagens, os quais do meio pro final pareciam estar contracenando em uma série fraca mas inofensiva e que ninguém tem coragem de dizer que é ruim. talvez se o livro fosse mais curto seu tom de jornalista tuiteiro não teria me cansado tanto; por outro lado, uma história que queira mostrar o amadurecimento de um atleta e o renascimento de um esporte precisa de espaço no miolo pra isso — comprometimento, que, somado ao romance, deveria ter abarcado ainda mais páginas. então, mais uma vez, tudo se resume à minha falta de conexão com narradores que ficam o tempo inteiro fazendo juízo de valor, interrompendo a narrativa pra se justificar, me dizendo como devo me sentir, em vez de simplesmente contar a história e me fazer senti-la. elencar obviedades não as torna mais impactantes; juro que dá pra escrever romance e servir entretenimento consciente de outra forma. e minha saga de reclamar de didatismo na ficção contemporânea continua.