Upon learning that I had never read Mia Couto, indeed, hadn't heard of him at all, several of my friends reacted with a mix of shock, pain, and pity. How could I dare reside in (albeit, illegally), contemplate visiting, or even get on a plane traveling in the general direction of Mozambique without having fully absorbed Mia Couto's complete body of work? Although, as it turned out, most of them only had a passing familiarity with his work; more a conception of his importance, rather than an understanding.

From the NYT Review:
"The Last Flight of the Flamingo" takes shape as a wry, poignant fable about any society lost in translation, any society sent through the ideological wringer by colonists, Marxist-Leninists, counterrevolutionaries, NGO's, globalizing capitalists and authoritarian kleptocrats. As the novel's narrator observes of his people's mangled identity, "We hadn't understood the war, and now we didn't understand the peace."

And that really sums it up. Each time I picked up the book, I felt as though I were reading through a feverish haze, a testement not just to the writing, but to the English translation as well. It is evocative of time and place, but also of the emotions and apprehensions that we see them through.

Satisfeita por ter dado a Mia Couto uma nova oportunidade. Este livro encheu-me as medidas em todos os aspectos.

TW: Morte, Violência, Linguagem Explícita

Os Flamingos, segundo a tradição de um lugar no Sul de Moçambique, anunciam esperança. E não deixa de ser curiosa a escolha deste título, porque, durante a maior parte do enredo, verificamos como os poderosos a roubam aos mais desfavorecidos. Oscilando entre a realidade e a fantasia, deambulando entre vivos e mortos, somos confrontados pelos efeitos do colonialismo; somos confrontados pela corrupção, pelo crime e pelo abuso de poder que desfragmenta o povo. Mia Couto, com a sua escrita poética, recupera o chão desta terra para nos falar sobre ausência: de valores, de compromisso, de verdade por parte de quem tem nas mãos as ferramentas para um futuro melhor. Houve momentos da narrativa que não funcionaram comigo, no entanto, é fascinante como o autor constrói as suas histórias e como transita entre assuntos tão sérios através de um recorrente jogo de trocadilhos e palavras.