Reviews

Germinal by Émile Zola

raphael_rocha's review against another edition

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emotional reflective medium-paced
  • Plot- or character-driven? A mix
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? Yes
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.0

eleanorfranzen's review against another edition

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An absolutely amazing piece of work, one which did not disappoint. Zola’s thirteenth Rougon-Macquart novel is about a miner’s strike in a bleak area of northern France in the 1860s (though much of the action is based on things that happened in the ’80s, closer to the time of its writing). Étienne Lantier, our protagonist and one of the strike leaders, is an itinerant worker whose genuine desire to help uplift and claim justice for the people he works among is cross-cut with a tendency towards self-aggrandisement and an unfortunate (Zola implies hereditary) bent for uncontrollable violence when drunk. But his is not the only perspective. We also hear from characters like fifteen-year-old miner’s daughter (and miner herself) Catherine, with whom Étienne falls in love, and even Monsier Hennebeau, the sexually frustrated owner of the primary pit, whose tortured marriage is a source of great emotional pain—he may be a filthy bourgeois (and he is pretty bad) but he is also human, and we are encouraged to see him as such.

Germinal has become quite famous for its sexual frankness and its violence. Sometimes these two things are intertwined: in a notorious scene, the furious women of the community descend on the arrogant and predatory shopkeeper Maigrat, who regularly refuses them single loaves of bread unless they agree to sex with him (or, in some cases, to send him their daughters for the same purpose). When, in his flight, he falls and hits his head, the oldest crone in the village tears off his genitals with her bare hands, and the women bear them aloft on a stick as they march. The translation stops it from being too graphic, but it’s all still very clear. Sexual violence and coercion is common; girls are often pregnant by sixteen if not before. I found the child Jeanlin the most frightening—a classic budding psychopath, he bullies and intimidates even his closest compatriots, steals, tortures animals, hoards food while the rest of his village starves, and eventually commits a murder, apparently out of curiosity. He’s about eleven. And yet Zola is also very good at charting the movement of love in this bleak world, which mostly takes the form of food: a mother makes soup last for days; workers trapped underground share bites of their belts and planks of wood. I am short-changing Germinal here, but the other option would be to write too much, and I don’t have the time. It is full of extraordinary scenes, powerful images that seared themselves onto my brain. Collier’s able translation captures the slanginess and earthiness of the mining community’s language without feeling anachronistic or try-hard, which surely helps. I’d love to know everyone else’s favourite Zola (I’ve read Nana, but nothing else). Source: local public library #LoveYourLibrary

fionanonyme's review against another edition

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3.0

Zola, à la manière d’un peintre, cherche à représenter son époque et ceux qui l’habitent dans le moindre détail. Ici, sa plume dépeint la condition ouvrière, caractérisée par sa pauvreté et sa fatigue, le tout dû à un travail harassant. Il parle de l’élan communiste qui enflamme les mineurs de Montsou et de leur révolte contre ceux qui les exploitent de génération en génération.
C’était un très bon livre mais je l’ai moins apprécié que les autres tomes des Bougon Macquart que j’ai lu.

zoec_148's review against another edition

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challenging dark emotional reflective sad tense slow-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? It's complicated
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? No

3.75

wickerbasket_of_fish's review against another edition

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dark emotional sad slow-paced

5.0

daphnedc's review against another edition

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5.0

Véritable chef-d’œuvre, un vrai coup de coeur

nzagalo's review against another edition

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5.0

Zola é considerado o pai do naturalismo literário, mas é um naturalismo muito particular que vem carregado de simbolismo e melodrama. Zola parte de uma abordagem panfletária assente em intensidade retórica, mas não deixa de lado toda a maquinaria da narrativa e persuasão dramática para nos envolver e ao mesmo tempo instigar à reflexão. O resultado é uma obra muito forte que nunca se verga porque não procura dar respostas, exatamente por fugir ao panfleto e porque está mais interessada em questionar o fundo da tragédia.

[imagem]
"Germinal" acontece numa região mineira francesa focando-se numa greve desencadeada por uma crise internacional que pressiona a baixa de salários. O conflito serve para descrever as condições de trabalho, a criação de uma organização sindical de operários e as reações da burguesia e do capital. Pelo meio ficamos conhecer as condições em que trabalham e vivem os mineiros que servirão para nos interrogar sobre a natureza do humano.

O naturalismo literário apesar de se definir como imanente das grandes teorias científico-naturais da época (nomeadamente a teoria da evolução de Darwin), e apesar de considerar o humano na sua envolvente natural e biológica, afastado das problemáticas religioso-superticiosas, serve-se da força da tragédia dramática para acentuar a emoção narrativa. Ou seja, tendo ideias fundeadas na natureza para relatar, não procura formas expressivas, ditas naturais, para o fazer. Isto é tanto mais evidente quando comparado, por exemplo, com o chamado neo-realismo italiano (movimento artístico cinematográfico dos anos 1940-50), em que para dar conta de forma naturalista das realidades vividas, se empregavam atores não-profissionais, filmava-se nos locais reais, e usava-se uma cinematografia o mais sóbria possível. É verdade que em termos narrativos também se apontava o foco às tragédias e aos dilemas, contudo notava-se uma tentativa de refrear os mecanismos do cinema para não impactar de modo visceral os espectadores.

Zola pelo seu lado não olha a meios. Vai ao fundo da investigação sobre o que está a relatar. Passou meses numa comunidade de mineiros e desceu ao fundo de várias minas para compreender a brutalidade da experiência, trazendo tudo para o centro do livro. Mas não se limita a descrever ou sequer demonstrar, tudo é envolvido por um teia de personagens ainda que naturalistas, colocados em situações de conflito geometricamente definidas para produzir impacto dramático nos leitores. Isto é tanto mais evidente pela quantidade de situações simbólicas que vão surgindo ao longo do texto (ex. título da obra, os nomes das minas e de vários personagens; a descida e subida dos cavalos; os corpos que bóiam; ou os excisados das partes), quanto pelo melodrama representado na figura do romanceado do trio de personagens centrais; ou do administrador da mina e da sua infiel mulher.

[imagem]
Imagem do filme de Claude Berri:"Germinal "(1993)

Lê-se que Zola terá optado por uma componente romanceada, com tragédia amorosa, com o objetivo de poder fazer chegar a obra a um público mais vasto, nomeadamente às pessoas com quem conviveu e que lhe serviram de modelo nas minas que visitou. Acredito que sim, tal como acredito que isso é também responsável pela popularidade do livro. Ou seja, questões complexas e muito pouco digeríveis — como a formação de um sindicato, os excessos do capitalismo, as alternativas do comunismo e da anarquia, ou os direitos e os deveres de trabalhadores — não teriam sido capazes per se de catapultar esta obra. Mas de certo modo, esse romancear, ou melhor a nossa necessidade desse romancear, acaba por ir de encontro ao naturalismo. Se desejamos apresentar uma realidade da forma mais natural possível, não deverá essa mesma apresentação realizar-se seguindo a forma mais natural de o recetor/leitor a compreender? É muito provável que Zola tenha conseguido com esta obra algo que tão raramente se consegue, juntar a necessidade de expor factos e a necessidade de experienciar esses factos.

“Esses operários chapeleiros de Marselha que ganharam a sorte grande de cem mil francos e, imediatamente, foram comprar títulos, dizendo que de agora em diante iam viver sem fazer nada! Essa é a intenção de todos vocês, operários franceses: encontrar um tesouro e em seguida comê-lo sozinhos, refestelados no egoísmo e na vagabundagem. Gostam de gritar contra os ricos, mas não têm coragem de dar aos pobres o dinheiro que a sorte lhes envia... Vocês nunca serão dignos da felicidade enquanto possuírem alguma coisa, enquanto esse ódio aos burgueses for apenas o desejo desesperado de serem burgueses também.”

Apesar desta minha aparente crítica, “Germinal” é brutalmente naturalista no que à psicologia e fisiologia se refere. Não é por acaso que muitos se distanciam da obra, pela sua fealdade, pelo retrato grotesco que do humano dá. Zola opera como investigador de microscópio em punho, olhando ao detalhe e relatando ainda mais detalhadamente, o que sentem as pessoas e como sentem. Não há pejo, as palavras são ditas, os atos selvagens representados sem dó, e ao leitor resta esconder-se no cantinho da sua humanidade, e esperar não ser contagiado por tanta barbaridade. Da promiscuidade ilimitada ao assassinato sem motivação, tudo surge por força da natureza humana, da impossibilidade de fugir às malhas naturais não domadas ainda pela civilização.


[imagens]
Imagens reais de mineiros e mineiras da época

Aliás, isso é aquilo que mais ressalta para mim de toda esta obra, mais até do que o fortíssimo ataque ao capitalismo, a animalidade humana. Uma comunidade que durante uma centena de anos trabalhou de sol a sol para ter um tecto e pão na mesa, a quem todos abandonaram. Atirados para um bairro, reduzidos à condição de irrelevantes, sem acesso a escolas, a quem nem sequer a Igreja ligava. Submetidos ao mínimo das necessidades fisiológicas — a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção e o abrigo (Maslow)—, não restando tempo nem espaço para as restantes necessidades — a segurança, a família, a auto-estima, impossibilitando qualquer almejo de realização pessoal. Zola tendo sentido isto mesmo, dá-o a sentir de forma absolutamente detestável, é difícil ler porque é difícil aceitar que assim se possa viver.

“Germinal” é leitura obrigatória nas escolas francesas, mas não faria mal nenhum se também o fosse nas escolas portuguesas. As primeiras páginas não cativam, mas chegando ao fim da primeira centena torna-se impossível parar o virar de páginas. O desenho da narrativa, a suspensão ante o que vai acontecer a seguir, e o ritmo intenso traduzido em frases curtas e muito diretas, fazem desta obra tão profundamente sócio-política um autêntico thriller. Poder aprender sobre um tema que passados 100 anos continua atual por meio de toda uma experiência de leitura altamente envolvente, tem um valor inestimável.


Nota sobre a tradução. É uma pena que a única tradução portuguesa de Eduardo de Barros Lobo date já de 1885. Apesar de não lhe apontar propriamente erros formais, a fluidez e ritmo tão caros a Zola, perdem-se completamente. Acabei por preferir a leitura na tradução em Português do Brasil, de Francisco Bittencourt para Abril de 1981.


Publicado no VI (https://virtual-illusion.blogspot.pt/2017/06/germinal-1885.html)

michaelfellows's review against another edition

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challenging dark emotional hopeful informative inspiring sad medium-paced
  • Plot- or character-driven? Character
  • Strong character development? Yes
  • Loveable characters? It's complicated
  • Diverse cast of characters? Yes
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.25

shakespeareantragedy's review against another edition

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4.0

On one hand, this novel is a necessary war cry against the exploitation of labour, a rightfully angry and anger-inducing description the working and living conditions of the newly industrialized world,  a brilliant historical resource on miner strikes of the 1860s (written with all the hindsight of the 1880s), and a roiling mess of hunger, hope, and misery rendered in strikingly powerful prose.

On the other hand, if I ever have to read another young woman's breasts described as 'warlike', I'm quitting fiction altogether.

That was a joking example, but do be warned of some of the misogyny in this book. And I don't mean the period-typical attitudes of the miners towards their wives. I mean the way Zola repeatedly chooses to describe women's bodies in the narration and how he writes their emotions and choices (culminating in a frankly ridiculous scene with the main female character near the very end).

To sum it up: this book is brilliant, beautiful, miserable, furious, hopeful, aggravatingly patriarchal, and despite all its flaws eternally necessary.

angie82's review against another edition

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challenging dark emotional sad tense medium-paced
  • Plot- or character-driven? Plot
  • Strong character development? No
  • Loveable characters? No
  • Diverse cast of characters? No
  • Flaws of characters a main focus? Yes

4.0